Continuando com a ideia de se aproveitar de dados antigos já que estamos sem esportes ao vivo por causa do coronavirus (Covid-19), eu vou usar uma rede social do Twitter que coletei sobre o UFC 229 McGregor v Khabib que aconteceu em 2018. Durante a noite do evento eu coletei mais de 100.000 nós e 230.000 linhas. O propósito de usar esses dados é demonstrar como redes sociais, e em particular o Twitter, são disruptivas à ecologia da mídia.
Tradicionalmente – como eu discuti nesse post aqui – meios de comunicação como jornais, revistas ou canais de televisão, e indivíduos como jornalistas ou blogueiros são mediadores da informação numa rede de consumidores de notícias (a audiência). De certa forma nós temos um sistema ecológico onde esses organismos estão no topo da cadeia pois controlam o meio e assim a mensagem.
Assim, no modelo tradicional de mídia esportiva a gente pode assumir que atletas e eventos se tornam refém dessas organizações ou indivíduos pois a mensagem necessariamente deve passar por canais que eles não controlam. Mas, como as mídias sociais – em particular o Twitter – rompem como o modelo tradicional de mídia esportiva?
O que podemos ver observando a rede abaixo? Quem são os maiores nós?

Bom, num modelo tradicional de mídia esportiva a gente esperaria que os maiores nós – com maior prestígio na rede – fossem meios de comunicação de massa e/ou jornalistas. Mas a forma com que as mídias sociais romperam com o modelo tradicional fazem que atletas e o evento em si tenham maior prestígio.
Mesmo tendo mais seguidores no Twitter – representada pela cor de azul a vermelho – meios de comunicação como ESPN, ESPN SportsCenter, Twitter Sports, BBC, The Guardian, Bleacher Report, TMZ, Marca, Sky News, e os brasileiros SportTV e Canal Combate, ou até mesmo jornalistas e blogueiros como Rafinha Bastos, Joe Rogan e Daniel Holwell não têm o mesmo prestígio que os atletas no card principal do evento: Conor McGregor (@thenotoriusmma), Khabib Nurmagomedov (@teamkhabib), Tony Ferguson (@tonyfergusonxt), Anthony Pettis (@showtimepettis), Ovince Saint Preux (@003_OSP), Dominick Reyes (@domreyes), Derrick Lewis (@thebeast_ufc), Alexander Volkov (@alexdragovolkov), Michelle Waterson (@karatehottiemma), and Felice Herrig (@feliceherrig).
Essa rede representa muito bem a forma com qual as redes sociais romperam com o modelo tradicional e a ecologia de mídia por permitir que a audiência entre em contato diretamente com seus atletas e eventos favoritos. De certa forma o poder dos meios de comunicação tradicionais está se diluindo na medida em que estes não controlam mais a mensagem pois não controlam o meio (as linhas na rede). Assim, a audiência não precisa mais de mediadores já que podem chegar a informação desejada diretamente.
Então como se adaptar à essa nova ecologia de mídia e à disrupção digital causada pelas redes sociais na medida que todos somos produtores e consumidores de notícias?
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